Comunicado de imprensa de P. Bernard: para garantir o respeito do princípio do laicismo francês

 Caros amigos,

Neste domingo, 22 de Outubro, celebramos a festa de São João Paulo II. Como arcebispo de Cracóvia, este santo Papa não teve medo de se opor àqueles que queriam construir uma cidade sem Deus: Nowa Huta. Esta cidade não devia ter nenhuma igreja. Karol Wojtyla e os católicos de Cracóvia não temeram a intimidação. Perseveraram no seu direito a ter a sua própria igreja. A igreja foi construída.

Todos vós sabeis pelos meios de comunicação social o que aconteceu esta semana em Saint-Pierre-de-Colombier. Não estamos de modo algum satisfeitos com este frenesim mediático que, por uma vez, não nos é hostil. Preferimos recordar a frase tantas vezes citada pelo nosso Pai Fundador: "O bem não faz barulho, o barulho não faz bem".

A Família Missionária de Nossa Senhora não tem qualquer sentimento de ódio ou de vingança para com aqueles que, por três vezes, invadiram ilegalmente o Sítio de Nossa Senhora das Neves, dedicado ao Imaculado Coração de Maria. As estátuas de São José e de São Miguel foram solenemente entronizadas para lhes pedir que protegessem este local e permitissem que o edifício São José e os anexos fossem construídos no estrito respeito do Código do Ambiente e do Código do Urbanismo, como acaba de recordar a Presidente da Câmara de Ardèche na sexta-feira.

Tomámos a decisão, que mantemos, de não construir a capela do Imaculado Coração de Maria enquanto não tivermos o acordo escrito do bispo de Viviers.
 
Os membros da FMNS respeitaram os nossos opositores. Limitaram-se a impedir que os opositores, que tinham entrado ilegalmente no Sítio, se acorrentassem à pá mecânica. Gostaríamos de agradecer a todos os que nos garantiram o seu apoio e as suas orações.

Não estamos apenas a defender o direito de construir aqui um Sítio religioso católico, mas estamos também a defender o Estado de direito, que foi o que levou tantas pessoas a reagir na Web.

Gostaria de reiterar o que disse ao jornalista do Libération em 2001: amamos todos os habitantes de Saint-Pierre-de-Colombier e rezamos por eles todos os dias, acrescentando hoje: rezamos pelos nossos opositores e pedimos-lhes que respeitem o princípio da laicidade francesa: "A laicidade implica a neutralidade do Estado e impõe a igualdade de todos perante a lei, sem distinção de religião ou de crença. O laicismo garante aos crentes e aos não crentes o mesmo direito à liberdade de expressão das suas crenças ou convicções".