“Da sua boca, a Serpente lançou água como um rio por detrás da Mulher, para que ela fosse arrastada” (Ap 12,15).

 A Mulher de que fala o Apocalipse é a Igreja; é também a Virgem Santíssima que é a mãe e o modelo da Igreja. A Serpente é o Demónio que a combate com todo o seu poder.

   O rio que a Serpente vomita contra a Mulher pode ter muitos significados ao longo da história. Atualmente, pode significar todas as teorias que procuram apagar ou minimizar a missão e a influência da Virgem Santíssima .

- Por exemplo, algumas pessoas acreditam que a devoção mariana se sobrepõe a Cristo, que é o centro da nossa fé. Mas não vêem que Maria é Aquela que mais perfeitamente acreditou em Jesus e que nos leva a acreditar n'Ele.

- Ou, para promover o ecumenismo, descartam a devoção mariana como um obstáculo à unidade. Mas não vêem que isso conduziu a uma divisão ainda mais grave: uma divisão no seio da Igreja Católica. Maria, tão unida a Jesus, é de facto o melhor fermento da unidade.

“A terra veio em auxílio da Mulher: a terra abriu a boca e engoliu o rio lançado pela boca do Dragão” (Ap 12, 16).

Estas palavras da Escritura dão-nos a firme certeza de que todos os ataques contra a Virgem Santíssima  serão reduzidos a nada. Nossa Senhora poderá cumprir a sua missão para que Deus possa reinar no coração dos homens; o Demónio será totalmente derrotado.

“Então o Dragão irou-se contra a Mulher e foi fazer guerra ao resto da sua descendência, aos que guardam os mandamentos de Deus e mantêm o testemunho de Jesus” (Ap 12,17).

   É certo que Nossa Senhora triunfará, mas, segundo a vontade de Deus, ela deve triunfar nos e pelos seus filhos, isto é, nos e pelos que se consagram ao seu Imaculado Coração. A Virgem Santíssima chama-nos a confiarmo-nos a ela para que possa cumprir plenamente a sua missão e ajudar-nos a ser totalmente fiéis a Jesus.

Como podemos, hoje, estar do lado da Mulher para que Jesus reine e o Adversário seja derrotado?

O próprio Deus permitiu que a Virgem Maria nos indicasse alguns caminhos, que, no entanto, devem ser utilizados com um espírito muito filial para darem pleno fruto.

- O primeiro meio é a medalha milagrosa. Ela representa Nossa Senhora Imaculada esmagando a cabeça da serpente infernal, Mãe da Igreja, Mãe do Redentor, Medianeira das graças. Usar a medalha significa procurar refúgio junto da nossa Mãe do Céu e receber o influxo de graças que Deus permite que ela derrame sobre os seus filhos.

- Uma segunda forma é rezar o Rosário. Esta é a oração que nos foi dada por Maria e que nos permite unirmo-nos a Cristo nos seus mistérios, guiados pelo Coração Imaculado de Maria.

- Um terceiro meio é a devoção nos cinco primeiros sábados do mês, com confissão, comunhão, terço e um quarto de hora de meditação na companhia de Nossa Senhora. Sublinhemos a intenção principal desta devoção: reparar as ofensas ao Coração de Maria, consolar a nossa Mãe do Céu: esta intenção, levada a peito, faz de nós verdadeiros filhos de Maria (cf. In Altum n.º 157 de janeiro de 2024, pp. 10-11).

Aceitemos com gratidão estes meios simples que o Céu nos deu e difundamo-los entre os que nos rodeiam; assim contribuiremos verdadeiramente para o triunfo do Imaculado Coração de Maria e para o Reino de Cristo nas almas.

Podemos realmente deter a maré de ódio e corrupção que está a varrer o mundo?

Sim, podemos. Se, guiados pela nossa Mãe do Céu, nos unirmos verdadeiramente à oração de Jesus na Cruz: “Pai, perdoa-lhes”, então derrubamos a fortaleza do ódio em que o demónio mantém as suas vítimas. Muitos daqueles que odeiam, blasfemam e perseguem podem então ser atraídos para o caminho da salvação pela força irresistível do amor de Jesus.