« A luz brilhou nas trevas » (Jo 1, 6).

Jesus é a luz que veio para iluminar o mundo. Esta luz brilha especialmente no Coração Imaculado de Maria, cheio da graça de Deus. Brilha também no coração de muitos dos filhos de Maria.

Brilha na vida de muitos sacerdotes que são consagrados ao seu Imaculado Coração. Eles deixam-se conduzir voluntariamente pela sua Mãe do Céu para uma profunda união com Jesus. A luz celeste brilha neles e eles espalham-na pelas almas. Ela brilha na vida de muitos consagrados que, atraídos pela ação suave e forte de Nossa Senhora, seguem e imitam generosamente o seu divino Filho, pobre, casto e obediente. Resplandece na alma e na vida de muitos fiéis que respondem com entusiasmo ao convite da Mãe para entrarem e permanecerem no seu Coração Imaculado, tornando-se bons exemplos para todos.

Mas não há uma escuridão espessa que paira sobre o mundo, sobre a Igreja?

Atualmente, há quem pense que a humanidade atingiu o auge do progresso, quando, na realidade, está empenhada numa cultura de morte, cujas manifestações mais condenáveis são o aborto e a eutanásia. E a ameaça de uma guerra potencialmente terrível está a aumentar cada vez mais.

Mas as trevas não estão apenas no mundo: chegaram também a muitos homens da Igreja, que estão a corromper a verdade da fé e a justificar cada vez mais o pecado. É assim que muitos se afastam da fé e se afundam no vício!

Qual é a reação da Mãe Celestial diante da escuridão invasora?

A Santíssima Virgem não pode deixar de ser extremamente solícita para com os seus filhos perdidos. Em La Salette, ela disse que não podia mais segurar o braço de seu Filho; em Fátima, ela alertou sobre o grande perigo da guerra. De facto, um grande castigo pode consistir na destruição do homem pelo homem. O fogo do egoísmo e do ódio pode lançar os homens uns contra os outros e levar a sofrimentos terríveis. A Virgem Santíssima quer proteger os seus filhos. Ela chama-os, adverte-os, educa-os e encoraja-os. Escutemo-la!

O que é que podemos fazer em relação às nuvens negras que se acumulam sobre o mundo?

O grande remédio é o próprio Jesus, e também a sua Mãe Santíssima, a quem Ele se compraz em confiar todos os homens. No entanto, Jesus e Maria chamam-nos a trabalhar com eles, neles e através deles. Pedem-nos que rezemos mais e melhor.

Não tenhamos medo de fazer visitas frequentes a Jesus no seu Santíssimo Sacramento. Vivamos o Santo Sacrifício da Missa com grande amor por Jesus, o Cordeiro imolado por nós. Apeguemo-nos ao nosso terço, a oração que a nossa Mãe do Céu tanto ama: quando rezamos o terço, convidamo-la a rezar connosco, e ela junta-se realmente a nós na nossa oração. Tornamo-nos então as criancinhas que rezam com a sua Mãe do Céu. O terço torna-se a arma mais poderosa na batalha de hoje.

Pedem-nos que ofereçamos os nossos sofrimentos. O sofrimento acontece em todas as vidas, mas não o desperdicemos:

- Há sofrimentos ligados aos nossos limites, à nossa miséria; aceitemo-los com toda a simplicidade e até com alegria! Ofereçamo-los à nossa Mãe do Céu, que os aceita com tanta bondade.

- Há os sofrimentos ligados à crítica, ao escárnio e à calúnia, por vezes graves e mesmo muito graves. Não é fácil, mas vivamo-lo com Jesus, o condenado inocente que intercede pelos seus carrascos. Sofrer amando, amar sofrendo, que riqueza! Quanto mais amarmos, mais fecunda será a nossa vida!

Compreendamos que é o sangue de Jesus que lava todo o pecado do mundo, e acreditemos firmemente que o seu sangue pode ainda hoje purificar o mundo. Jesus honra-nos ao associar-nos à sua obra; quer unir a nossa oferta à sua. Por isso, com Maria, nossa Mãe, digamos "sim" a Jesus!