In Altum

Nossa Senhora das Neves, formai os nossos corações à vossa imagem

As raposas têm tocas,

Publicado a na secção (In Altum n° 158)

les oiseaux du ciel ont des nids…

Caros amigos, vamos continuar a nossa exploração dos habitats invulgares dos nossos amigos animais, iniciada pelo Jips no mês passado!

As crias dos animais nascem em todo o tipo de sítios: covas, tocas, ninhos, ocos de árvores. Mas a mãe sabe sempre exatamente como cuidar deles... Na natureza, os berçários mais simples fazem parte do corpo da mãe: são as bolsas do ventre de certos animais, os marsupiais (como os cangurus ou os gambás).

Quando a morcega está prestes a dar à luz as suas crias, fica pendurada de cabeça para baixo e abre as asas, que, juntamente com o seu corpo, formam um berço para as crias rolarem. Até que o bebé seja capaz de se defender sozinho, a morcega transporta-o para todo o lado nos seus voos noturnos. Agarra-se firmemente com os dentes ao pelo do peito da mãe.

Se não tiverem nada para alojar as crias, as fêmeas recorrem a todo o tipo de ninhos e tocas. A ursa polar começa por escavar um túnel debaixo da neve. Alarga o fundo do túnel e cria uma confortável creche, tão bem protegida do vento gelado como o interior de um iglu!

A mamã gorila instala o berço numa árvore. Ela fá-lo com ramos frondosos e o papá gorila vigia-o constantemente, debaixo de um abrigo que construiu para si próprio no sopé de uma árvore próxima...

Um dos quartos de criança mais encantadores é o trabalho do rato da América do Norte. A mãe ratinha junta erva fina, pequenas raízes, pedaços de folhas tenras e cascas flexíveis e tece tudo numa esfera quase perfeita. De seguida, cava uma câmara confortável no centro da bola e forra-a com os materiais mais macios que encontra: musgo, plantas fofas, etc. Quando o ninho está completo, ela dota-o de uma verdadeira porta: um tampão de relva cuidadosamente embalado, proteção para as suas crias em caso de mau tempo ou quando tem de se ausentar...

O segredo da hase (a mãe lebre, como todos sabemos!)? A lebre faz uma espécie de cobertor com os seus cabelos e folhas de erva emaranhadas para cobrir o seu ninho no prado. Quando deixa as crias depois de as ter amamentado, puxa a manta quente e macia para cima delas, que ficam assim perfeitamente escondidas e protegidas do ar fresco da noite.

E sabem porque é que os castores constroem barragens? É para criar lagoas onde as suas crias possam nascer e crescer...

As tartarugas marinhas cavam ninhos nas praias e põem os seus ovos, que são depois incubados no calor da areia até nascerem!

"As raposas têm covis, as aves do céu têm ninhos, mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça". (Mt 8,20). Neste mês de Fevereiro, quando Nosso Senhor deixa o berço com os seus santos pais, podemos oferecer-lhe uma nova casa no interior dos nossos corações?

(Adaptado de Alain Devoe, L'album des jeunes 1964, p. 43-44)

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